ATA DA QÜINQUAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 07. 08. 96.

 

Aos sete seis dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Luiz Braz, Maria do Rosário, Mário Fraga, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, e Wilton Araújo. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias das Atas da Qüinquagésima Terceira Sessão Ordinária, da Décima Quarta e Décima Quinta Sessões Solenes. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Giovani Gregol, Emendas nºs 01 e 02 ao Projeto de Lei do Complementar do Executivo nº 04/96 (Processo nº 1222/96), pelo Vereador Isaac Ainhorn, 01 pedido de Providências, pelo Vereador Jocelin Azambuja, 02 Projetos de Lei do Legislativo nºs 108 e 117/96(Processos nºs 1921 e 2016/96), pelo Vereador Nereu D‘Ávila, 01 Emenda nº 01 ao Projeto de Lei Orgânica nº 01/96(Processo nº 603/96), pelo Vereador Paulo Brum, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 110/96(Processo nº 1987/96), e pelo Senhor Prefeito Municipal, Ofício nº 372/96, solicitando a retirada de tramitação e devolução ao Executivo, do Projeto de Lei Executivo nº 04/96(Processo nº 342/96). DO EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 323, 324, 325, 343, 344 do Senhor Prefeito Municipal; 01/96 da Presidente da Comissão Especial, Vereadora Helena Bonumá, constituída com o objetivo de tratar as questões do trabalho das crianças e dos adolescentes no município de Porto Alegre; 141/96 do Senhor Arno Hugo Augustin Filho, Secretário Municipal da Fazenda de Porto Alegre: nº 185/96, da Senhora Lídia Maria Martins Gonçalves, Superintendente de Recursos Humanos da Rede Ferroviária Federal S.A. Telegramas: do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado do Rio Grande do Sul; do Senhor Cristiano Roberto Tatsch, Presidente da Companhia Rio Grandense de Telecomunicações - CRT;  da Senhora Maria do Carmo Bueno,  Deputada Estadual/RS e do Senhor Paulo Azeredo, Deputado Estadual/RS. A seguir, o Senhor presidente apregoou Licença para tratamento de Saúde do Vereador Milton Zuanazzi, nos dias seis e sete do corrente mês, dando posse a Vereadora Letícia Arruda, informando que sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Em Prosseguimento, o Senhor Presidente deferiu o Requerimento do Vereador Luiz Braz que solicita a retirada da Ordem do Dia nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal, do Projeto de Lei do Executivo nº 04/96. Em continuidade, foi iniciado o período de PAUTA. Em Discussão Preliminar, estiveram: em 1º Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 75, 93, 97, 98, 99, 100, 101, 104, 105/96, o Substituto nº 01/95, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 128/95 o Projeto de Resolução nº 19/96 e o Projeto de Lei do Executivo nº 35/96; em 3º Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 89, 90, 94/96 e o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 03/96. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib teceu considerações sobre Orçamento Participativo, criticando o Senhor Hélio Corbellini. O Vereador Luiz Braz reportou-se ao oficio do Senhor Prefeito Municipal, enviado ao Presidente desta Casa, solicitando a retirada da tramitação e a devolução ao Executivo do Projeto de Lei nº 04/96, intitulado de “Caixa Único”, discorrendo sobre as conseqüências negativas caso o mesmo fosse aprovado. A seguir, o Senhor Presidente solicitou ao Vereador Luiz Braz a retirada do Requerimento que solicitava a aplicação do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal, ao Projeto de Lei do Executivo nº 04/96. A seguir, constatada a existência de “quorum“ , foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, o Senhor Presidente apregoou Licença para Tratamento de Saúde dos Vereadores Giovani Gregol na data de hoje, deixando de dar posse ao Suplente Gerson Almeida posto que o mesmo não se encontrava no Plenário. A seguir, foi apregoada Licença para Tratamento de Saúde do Vereador Lauro Hagemann na data de hoje, dando posse, o Senhor Presidente, ao Suplente Darci Campani, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habilitação. Em continuidade, foi aprovado Requerimento do Vereador Jocelin Azambuja, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante nesta Ordem do Dia, votando-se primeiramente os Requerimentos. A seguir, foi aprovado o requerimento nº 133/96, de autoria dos Vereadores Jocelin Azambuja e Raul Carrion solicitando seja autorizada a dispensa dos mesmos a fim de participarem do V encontro Internacional da Educação e Mercosul - Desafio Político e Pedagógico, que será realizado na cidade de Buenos Aires, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Dib, por dezessete Votos SIM e dois Votos NÃO, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, E Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Luiz Braz, Nereu D’Ávila, Raul Carrion, Wilton Araújo e Letícia Arruda, Não os Vereadores João Dib e Pedro Américo Leal. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento do Vereador João Dib solicitando consulta à Comissão de Constituição e Justiça quanto à possibilidade de o Executivo contrair empréstimo com a Caixa Econômica Federal face à proximidade das eleições. A seguir, foi aprovado Requerimento do Vereador João Dib solicitando a interpretação do artigo 164 da Lei Orgânica Municipal, pela Comissão de Constituição e Justiça. Logo após, foi aprovado Requerimento do Vereador Nereu D‘Ávila solicitando que seja retirado de tramitação o Projeto de Lei do Legislativo nº 75/95. Em votação, foi aprovado o Substituto nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 12/95, declarando, o Senhor Presidente, prejudicado o Projeto e a emenda a ele aposta. Em continuidade , após ser encaminhado à votação pelos Vereadores José Valdir e Nereu D‘Àvila, o Senhor Presidente deferiu a retirada de tramitação do Requerimento do Vereador Nereu D‘Ávila, solicitando que fosse o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 01/96 apreciado em último lugar nesta Ordem do Dia. A seguir, o Senhor Presidente apregoou a Emenda de Líder nº 01 ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 01/96, de autoria do Vereador Nereu D‘Ávila, motivando nos termos do artigo 130, § 3º do Regimento o envio do referido Projeto à Comissão Especial. Em discussão Geral, esteve o Projeto de emenda à Lei Orgânica nº 01/96, discutindo pelos Vereadores João Dib, Luiz Braz e José Valdir. Às quinze horas e trinta e um minutos, constatada a inexistência de “quorum“, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn e Edi Morelli e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia e Mário Fraga, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Fernando Záchia, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn) : Passamos à:

    

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1º SESSÃO

 

PROC. 2342/95 - SUBSTITUTO Nº 01, de autoria do Ver. Nereu D‘ávila, ao Projeto de                                                                                                           Lei Legislativo nº 128/95, de autoria do Ver. Luiz Braz, que altera a  Lei  nº 4791, de 17  de outubro de 1980, alterada pela Lei nº 6719, de  20   de  novembro de 1990, que denomina  Esplanada Vaticano um logradouro público.

 

PROC. 1517/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 075/96,   de autoria do Ver. Pedro Ruas, que dispõe sobre a obrigatoriedade de uso de bancos estofados nos ônibus que realizam o transporte coletivo de passageiros, e dá outra providências.

 

PROC. 1632/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 093/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que proíbe a instalação de bombas de auto-serviço nos postos de abastecimento de combustíveis, e dá outras providências.

 

PROC. 1678/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 097/96, de autoria do Ver. Décio Schauren, que denomina  Rua José Zuffo Neto um logradouro irregular, localizado no Bairro Agronomia.

 

PROC. 1684/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 098/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que institui o estacionamento temporário e rotativo de táxi defronte às casas noturnas e de espetáculos, e dá outras providências.

 

2º SESSÃO

 

PROC. 1698/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 100/96, de autoria do Ver. Décio Schauren, que denomina Rua Catuípe um logradouro irregular, localizado na Vila Panorama, no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. 1783/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 104/96, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que declara de utilidade pública o Instituto de Administração Hospitalar e Ciências de Saúde.

 

PROC. 1791/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 035/96, que declara de utilidade pública o Instituto de Desenvolvimento Cultural (IDC).

 

PROC. 1697/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 099/96, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que denomina Praça João Roxo um logradouro público, localizado no Bairro São Pedro.

 

PROC. 1724/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO 101/96, de autoria do Ver. Nereu D‘Ávila, que dispõe sobre a notificação compulsória de casos de desnutrição às autoridades da área de saúde pública.

 

PROC. 1754/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 019/96, de autoria do Ver. Edi Morelli, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Luíz Antônio Cecchini.

 

PROC. 1827/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 105/96, de autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Moacir Moojen Marques.

 

3º SESSÃO

 

PROC. 1612/96 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/96, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que altera dispositivos da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (Substituição do Prefeito durante seu impedimento)

 

PROC. 1586/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 089/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que faculta a colocação de dispositivo luminoso nos veículos que compõe a frota de táxi de Porto Alegre, e dá outras providências.                             

 

PROC. 1587/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 090/96, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que estabelece adicional de 10% sobre o valor de avaliação de próprios municipais ocupados por lindeiros, no caso de alienação com dispensa de processo licitatório, e dá outras providências.

 

PROC. 1661/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 094/96, de autoria da Verª. Maria do Rosário, que determina a colocação de cartão de identificação nos veículos da frota de táxi e lotação do Município de Porto Alegre.

 

O SR. PRESIDENTE: Não há Vereadores inscritos para discutir a Pauta.                         

O Ver. João Dib está com a palavra para uma Comunicação de Liderança 

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu vou ter que repensar com muito mais seriedade, muito mais força o tal de Orçamento Participativo. O Orçamento Participativo promete uma porção de coisas, como por exemplo, a Praça do Jardim América, conjunto residencial feito na Administração Telmo Thompsom Flores e que está prometida, mas prometida no Orçamento Participativo não significa nada. O que vou ter que repensar é sobre aquele Vereador de quem eu sempre falo bem e que é do PT, mas sempre falo bem, e muito bem e que, recentemente, na reunião dos moradores que querem a Praça, dizia que o culpado da Praça era o João Dib, que não saíra a praça, porque haviam permitido que se fizesse um estacionamento na área. Na realidade, no tempo em que era Prefeito, através do Mapa, fizemos muitos contratos para impedir que áreas fossem invadidas, até porque, depois, o PT faria o “Direito Real de Uso” em qualquer praça. Vejam só que antevisão. Nem sabia que iriam fazer essa barbaridade, como a que fizeram anteontem com a Cosme e  Galvão. Aí um dos moradores ousou dizer que não: não, o Ver. João Dib era uma pessoa correta e que tinha cuidado das coisas com o carinho devido. E o Vereador, que sempre elogio, sentiu-se ofendido e quase mandou o meu amigo silenciar-se. Será que tenho que retirar os elogios dado a ele?

Mas esses vereadores do PT e os candidatos a vereador também me irritam profundamente. Vejam a riqueza de publicidade que o candidato a Vereador do PT está apresentando! Este panfleto foi mandado ao Ver. João Dib, na Av. Loureiro nº 255. Será que vou votar no Dr. Hélio Corbellini, o mesmo que comprou o Jardim Leopoldina a 1,2 CUB o metro quadrado, quando o CUB valia 0,6 ?

Agora, nunca vi coisa igual. O Dr. Olívio Dutra elogia o Dr. Hélio Corbellini. Até aí, tudo bem, mas o Dr. Raul Pont e o Dr. Fortunati indicarem candidato a Vereador é uma afronta aos outros trinta e nove candidatos.

“A vitória do PT e da frente popular”, diz Raul Pont,  “para um terceiro governo da Prefeitura de Porto Alegre,  precisa ser acompanhado pelo aumento da nossa Bancada de Vereadores na Câmara Municipal de Porto Alegre. A eleição do companheiro Hélio Corbellini será uma parte importante desse esforço coletivo no campo democrático e popular”. Diz o Fortunati: “Acompanhamos a trajetória do companheiro Hélio Corbellini desde os primeiros e duros embates do governo Olívio Dutra, sempre demonstrou determinação e coragem para realizar o programa do Partido dos Trabalhadores. Na direção do DEMHAB atacou as políticas habitacionais arcaicas com o ineditismo das cooperativas, dos mutirões da Vila Tecnológica, e assumiu a negociação do Jardim Leopoldina”. Exatamente essa que custou 1,2 m2 e só valia 0,6 m2. Olhem só que papel! Aqui está ele com o Dr. Olívio, Dr. Tarso, lado a lado, baço a braço, e manda para o Ver. João Dib!

Não é o desrespeito deste candidato a Vereador, é o desrespeito do PT para com a maioria dos outros Vereadores. Os donos-da-verba de estão aí instalados, não se pode dizer nada, mas como mentem e como usam mal o dinheiro do povo! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)                              

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz Braz, para uma Comunicação de Liderança.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho em mãos um ofício do Sr. Prefeito Municipal ao Presidente desta Casa, solicitando a retirada de tramitação e a devolução ao Executivo do Projeto nº 004/96. Este Projeto é aquele famoso que já foi discutido aqui, com o título “Caixa Único”. Viemos a esta tribuna, juntamente com outras Lideranças deste Plenário, chamado a atenção para o prejuízo que o Município teria se este Projeto chegasse até o seu final com êxito. Chegamos a dizer que esse era o tipo de Projeto que faria muito bem ao partido que está no poder, mas faria muito mal à Cidade. Parece que, pelo menos alguém, desse Executivo, tem a consciência no seu devido lugar, porque, depois de uma tentativa de se adiar este Projeto com a retirada do art. 81, e vendo frustrada essa tentativa, porque colocamos o art. 81 para que o Projeto fosse votado e para que a atitude do Prefeito fosse julgada imediatamente, o Sr. Prefeito, vendo que seria derrotado neste Plenário, que essa sua vontade de favorecer o seu partido político em detrimento da Cidade não teria eco neste Plenário, que as lideranças políticas estavam atentas para essas manobras do Executivo, resolveu tomar a atitude que eu acredito ser a mais digna possível para o momento, até porque respeito muito o Sr. Prefeito Municipal, muito embora critique muito a sua estrutura de governo: resolveu o Sr. Prefeito mandar para esta Casa este ofício que retira o Projeto, tira pelo menos esse peso, este ônus que está sendo colocado sobre a cidade de Porto Alegre, não é sobre os funcionários. Retira, leva de volta, espero que nunca mais este Projeto retorne a esta Casa.

Foi-me solicitado que pudéssemos não retirar o art. 81 e deixar que o Projeto fosse votado, mas já concordei em conversa com o Líder da bancada do PT, que vamos retirar o art. 81 para permitir que o Sr. Prefeito Municipal retire o Projeto e leve embora, queremos esse Projeto muito longe daqui. Queremos que essas estruturas maléficas que querem bombardear esta Cidade para poder beneficiar um Partido nunca mais tramem dessa forma contra a Cidade; destruiria o DMAE, tiraria a autonomia do DMAE, uma das coisas que foi mais aplaudida nesta Cidade, neste Plenário: a possibilidade de o DMAE ter a sua autonomia financeira. Estão, com este Projeto, retiraria a autonomia do DMAE - não apenas do DMAE, conversava com o Ver. Guilherme Barbosa da Bancada do PT, que me dizia, hoje, que há outras autarquias que seriam também atingidas, se fosse levada à frente a votação deste Projeto de Lei, que está sendo retirado.

Faço esta manifestação de Liderança pelo Partido Trabalhista Brasileiro, quase que no encaminhamento daquilo que pensamos deva ser a nossa atitude, com relação a esse Projeto nesta Casa. Vamos retirar o art. 81 e vamos mandar este “monstrengo” embora para que nunca mais retorne a este Plenário. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

                         

O SR. PRESIDENTE: Solicitamos ao Ver. Luiz Braz que formalize a retirada do art. 81. Esclarecemos  que a Bancada do Partido dos Trabalhadores, através de sua Liderança, Ver. Henrique Fontana, na última segunda-feira, foi quem pediu o art. 81 e houve a retirada do art. 81 pelo Líder dessa mesma Bancada, nobre Ver. Henrique Fontana. Então, ficava facultado a qualquer Vereador ingressar com o art. 81, o que foi feito pelo Ver. Luiz Braz. Na manhã de hoje, esta Casa recebeu a solicitação de retirada do presente Projeto, e como ele constava na Ordem do Dia se não tivesse sido retirado o art. 81, teríamos que, na Ordem do dia, submeter à votação o Requerimento do Prefeito Tarso Genro.

Em face de, neste momento, do Requerimento firmado pelo Ver. Luiz Braz, de plano defiro a retirada do art. 81 ao PLE nº 04/96.

 Em face dessa mesma circunstância, de plano defiro, sem ouvida deste coleado Plenário a retirada do Projeto.  Entregue-se ao mesmo através das vias formais.

 

O SR. MÁRIO FRAGA  (Requerimento) : O teor do Requerimento era para que, ao entrarmos na Ordem do Dia, fosse votado primeiro o PLE nº 004/96, justamente o que foi retirado pelo Sr. Prefeito, portanto não existe mais o porquê do Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE: Perfeitamente.  Havendo quórum  passamos à

 

ORDEM DO DIA.

 

SR. JOCELIN AZAMBUJA: (Requerimento)  O Sr. Presidente, nós gostaríamos de requerer que os Requerimentos fossem colocados em primeiro lugar na Ordem do Dia, pois já estamos sem votá-los há três Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Jocelin Azambuja. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam, permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento, de autoria do Vers. Jocelin Azambuja e Raul Carrion, no sentido de que seja autorizada dispensa para que ambos participem do V Encontro Internacional da Educação e Mercosul - Desafio Político e Pedagógico, que será realizado na Cidade de Buenos Aires, do dia 29 de agosto a 1º de setembro, com pagamento de diárias e passagens.

 Lembramos que este Requerimento já havia sido aprovado por votação simbólica, mas, diante da solicitação do Ver. João Dib para que seja realizada a Verificação de Votação, passamos  a palavra ao 1º Secretário para proceder à chamada nominal dos Srs. Vereadores. (Após a chamada.) APROVADO  o Requerimento, por 17 SIM e 02 votos NÃO.

Requerimento, de autoria do Ver. João Dib, solicitando a interpretação das disposições do art. 164 da LOM. (Lê.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento, de autoria do Ver. João Dib, solicitando consulta à CCJ quanto à possibilidade de o Executivo contrair empréstimo com a Caixa Econômica Federal. (Lê.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento, de autoria do Ver. Nereu D‘Ávila, de retirada de tramitação do PLL 75/95, relativo ao Loteamento Joframa, no Bairro Jardim Itú-Sabará. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.  (Pausa.)  APROVADO.

 

VOTAÇÃO       

 

PROC. 1462/95 -   PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº                                                                                                               012/95, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que acrescenta parágrafo único ao artigo 2º da Lei Complementar nº 320, de 02 de maio de 1994, e dá outras providências. (denominação de pessoas em logradouros e equipamentos públicos) Com Emenda nº 01 e Substituto nº 01 .

 

PARECERES:

 - da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela rejeição do Projeto e da Emenda nº 01, e pela aprovação do Substitutivo nº 01;

- da CHUTAB. Relator Ver. Mário Fraga: pela aprovação do Projeto;  Relator Ver. Pedro Ruas: pela rejeição da Emenda nº 01 ao Projeto, e  pela aprovação do Substitutivo nº 01;

 

 

- da CECE. Relator Ver. Geraldo de Matos Filho: pela aprovação do Projeto; Relator Ver. Décio Schauren: pela rejeição da Emenda nº 01 ao                             Projeto, e pela aprovação do Substitutivo nº 01.

 

Obs.:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, I, da LOM.

 

O SR. NEREU D‘ÁVILA (Requerimento): Sr. Presidente eu desejaria fazer um Requerimento para que o PELO nº 001/96 fosse colocado em último lugar, tendo em vista que estou apresentando Emenda. Nos termos do Regimento é permitido às Lideranças apresentar Emenda. Nos termos do art. 130 e seus parágrafos, o Regimento da Câmara permite Emenda de Líder, que estou apresentando. Então, pediria a V. Exa. a que colocasse em votação por último.                

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece que havia votado todos Requerimentos. Agora estamos votando o PLCL nº 012/95, cuja Discussão Geral já se encerrou. Estamos em regime de votação. Não podemos votar um Requerimento do Ver. Nereu D’Ávila antes de votar o Processo que se acha em regime de votação.

Em votação o Substitutivo nº 1, aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº012/95. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o Substitutivo. nº 1.

A Mesa lembra que não há Emendas, segundo a Diretoria Legislativa, em face da aprovação do Substitutivo nº 1, deve declarar-se prejudicado o Projeto, bem como a Emenda nº1.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

1º SESSÃO

 

PROC. 0603/96  -   PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 001/96, de autoria do Ver. José Valdir, que altera o § 2º do Artigo 50, da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (participação da comunidade nas etapas de elaboração do orçamento da Câmara Municipal de Porto Alegre).

 

Obs.:

-  discussão geral e votação nos termos do Artigo 130 e seus §§, do Regimento da CMPA;

-  nos termos do Artigo 54, § 1º, do Regimento da CMPA, será desconsiderado o Parecer da Comissão Especial, tendo em vista o resultado de sua votação (empate).

 

O SR. PRESIDENTE : Passamos à Discussão do PELO nº 001/96. A Mesa lembra que se trata de Emenda à Lei Orgânica o que leva, consoante os Artigos 130 e seguintes do Regimento da Câmara, a três Sessões consecutivas de Discussão Geral. Logo após, teremos a votação. No período em que esse Processo estiver tramitando na Discussão Geral, quando V. Exas. poderão discuti-lo, poderão ser apresentadas Emendas firmadas pelos Líderes partidários.

 

 

O SR. NEREU D’ÁVILA ( Questão de Ordem) : São três discussões. Mas eu tinha feito o Requerimento, Sr. Presidente, exatamente para que a discussão adentrasse já com a consecução de uma Emenda. Isso significa que se poderia discutir também a Emenda. Por isso eu pedi também que esse Processo passasse para mais tarde na Ordem do Dia, a fim de que a Emenda desse entrada e aí se pudesse entrar na discussão já com a Emenda elaborada. Por isso é que eu requeri, para  não prejudicar o Processo.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe o Requerimento de V. Exa. até porque é um Requerimento e, ou despacha de pleno ou ouve o colendo Plenário, recebe o Requerimento e, como Requerimento suscetível de encaminhamento, recebe as ponderadas observações formuladas por V. Exa., em relação aos motivos que determinaram o seu Requerimento, sequer de adiamento do Processo, mas de colocação do mesmo em último lugar. Está recebido o Requerimento e já há uma inscrição para encaminhá-lo, por parte do Ver. José Valdir, da Bancada do PT.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a votação desse Projeto de minha autoria que estabelece tão-somente o mesmo dispositivo genérico que já existe na Lei Orgânica, em relação ao conjunto do Executivo, determinando a participação da população na feitura e no acompanhamento do Orçamento, estabelecendo o mesmo dispositivo para a Câmara de Vereadores, virou uma novela nesta Casa.

Este Projeto, inclusive, foi o primeiro Projeto protocolado aqui neste ano, já foi retirado de Pauta pelo Ver. Nereu D’Ávila, já foi objeto de muitas discussões nesta tribuna. Portanto, houve todo o tempo do mundo para a apresentação de Emendas. Agora, ele está na Ordem do Dia para discussão, por três Sessões consecutivas e só depois será votado, portanto, há tempo suficiente para que hoje se apresente uma Emenda ou todas as Emendas que se quiser apresentar e, ainda, vai sobrar a próxima Sessão para discussão e a seguinte. Logo, o argumento do Ver. Nereu D’Ávila não convence para passar a discussão desse meu Projeto para o último lugar nesta Sessão. Além desse Projeto, há outros 10 na Pauta. Ele passará, então, para o 11º lugar. Na verdade, é mais uma manobra protelatória para não discutir a questão do Orçamento Participativo aqui na Câmara de Vereadores. Alguns Vereadores desta Câmara querem controlar o Orçamento Participativo, que já existe, mas não querem, ouvir falar em se criar um Orçamento Participativo na Câmara. Já tiraram, certa vez, este Projeto de Pauta, com manobras regimentais, com firulas jurídicas, com filigramas, com todo o tipo de artimanha que o Regimento até permite. Mas sabe-se qual é a motivação política que está por trás disso. Mais uma vez, o Ver. Nereu D’Ávila tenta uma manobra para que não se discuta, não se debata e não se vote a questão do Orçamento Participativo na Câmara de Vereadores. Por isso encaminho contra esse Requerimento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)   

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Milton Zuanazzi solicita Licença para Tratamento de Saúde nos dias 06 e 07 de agosto.

O Ver. Lauro Hagemann solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia 07 de agosto.

 

(Ob.: Foram aprovados os Requerimentos de Licença dos Vereadores Milton Zuanazzi e Lauro Hagemann, e dadas as posses aos respectivos Suplentes conforme consta na Ata.)

 

O Ver. Giovani Gregol solicita Licença para Tratamento de saúde no dia de hoje. A Mesa não declara ainda empossado o Suplente Gerson Almeida, porque o mesmo não se encontra no Plenário.

O Ver. Nereu D’Ávila para encaminhar o Requerimento de adiamento de votação do  PELO nº 001/96.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu não sei se a ausência do Ver. José Valdir por algum tempo, no tempo em que esteve no Executivo, lhe tirou aquele espírito de coleguismo que todos nós devemos ter, porque quem vê e acompanha os trabalhos da Câmara Federal e da Assembléia sabe que, ás vezes, pode ser irritante a saída de uma Bancada para retirar o quórum, mas isso faz parte plena do funcionamento orgânico dos parâmetros desde a sua fundação no tempo do “João-Sem-Terra” em 1215.

O Ver. mostrou na tribuna uma certa irritação, chamou de firula não-sei-o quê; ora, são aspectos regimentais, direito absoluto, em relação a uma matéria dessa importância. Um Vereador Líder, de acordo com o art. 130 da Lei Orgânica tem o direito de apresentar uma Emenda, e é o que estamos fazendo e nós pedimos, não no sentido de adiar, mas com o sentido de aprofundar o Projeto, inclusive de discuti-lo com maior conhecimento de causa, somente isso. Todas as matérias aqui têm essa possibilidade, e qualquer Vereador, principalmente as Lideranças, de apresentarem as Emendas, então, não vejo porque a ira do Vereador quando ele diz, ocupando a tribuna, que é mais uma procrastinação. Ora, o Vereador já foi beneficiado por um erro, no meu entendimento, da ilustre Presidência da Casa, meu colega de Partido e grande amigo Isaac Ainhorn, quando lhe deu o benefício de fazer andar o processo de onde ele estava, quando houve uma anulação de votação; ele tinha que iniciar do zero, e o Ver. José Valdir não se referiu a este benefício que ele teve.

Então, quero dizer que não é com esse espírito, é com o espírito de que, em matéria de tal importância, discutamos a matéria de acordo com a sua importância: é Emenda à Lei Orgânica, do Ver. José Valdir.

 O que quero enfocar agora é que o art. 130 diz o seguinte sobre reforma da Lei Orgânica: “o Projeto com Parecer, Emenda e Substitutivo será distribuído em avulso e incluído na Ordem do Dia para discussão em três Sessões consecutivas. Parágrafo 1º: durante a discussão caberá somente ao Líder apresentar Emendas. Parágrafo 2º: encerrada a discussão, e não havendo Emenda, o Projeto será votado em primeiro turno na Sessão seguinte. Parágrafo 3º havendo Emenda o Projeto voltará à Comissão Especial que terá o prazo de 5 dias úteis para emitir parecer”. De modo que errei ao pedir que passasse este processo para discussão em último lugar, hoje. Nos termos do parágrafo 3º do art. 130 terá que, recebida a Emenda, que está aí diante do Sr. Presidente, o Processo voltar à Comissão Especial para emitir parecer em 5 dias. É o que diz o parágrafo 3º do art. 130.

Como deu entrada uma Emenda, retiro o meu Requerimento de colocação em último lugar, hoje. Ele volta à Comissão Especial para emitir parecer no prazo de 5 dias. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)         

 

O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli) : A Mesa apregoa Emenda de Líder, assinada pelo Ver. Nereu D’Ávila, que altera o parágrafo 2º, art. 150 da Lei Orgânica (Lê Emenda).

A Mesa defere de plano a retirada do Requerimento do Ver. Nereu D’Ávila. O Pelo nº 001/96 vai para Comissão Especial.

 Ver. Luiz Braz, o que estava sendo discutido era o Requerimento do Ver. Nereu D’Ávila, como não existe mais o Requerimento, não há mais o que discutir.

 

O SR. LUIZ BRAZ (questão de Ordem) : Sr. Presidente, ele retirou o Requerimento no meio da discussão. Ele foi à tribuna discutir e encaminhou.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece a V. Exa. que, em virtude do art. 130, § 3º, no momento em que entrar uma Emenda de Liderança o Projeto vai para Comissão Especial. Sendo assim, não existe o porquê do Requerimento do Ver. Nereu D’Ávila, já que a Mesa aceitou, de plano, a retirada pelo autor.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Requerimento) : Sr. Presidente, quero que a Mesa, oportunamente, me informe qual a interpretação do art. 130, visto que pela exposição do Ver. Nereu D’Ávila nós chegamos numa contradição, porque sucessivas Emendas poderão impedir “ad eternum” a votação de um Projeto, inclusive já há brincadeiras no Plenário, dizendo que, talvez, no ano que vem ele seja votado, e foi isso que aconteceu durante todo este ano. Manobras em cima de manobras e um Projeto acaba sem ser votado. A vigorar a interpretação do Ver. Nereu D’Ávila, alguém que não tivesse interesse na votação de um Projeto de Emenda à Lei Orgânica, através de sucessivas Emendas poderia impedir a votação.

                          

O SR. PRESIDENTE: A Mesa responde, dizendo que V. Exa. está errado na maneira de conduzir a questão. A discussão vai correr nas três Sessões de discussão; vai a Emenda para a Comissão Especial. O Processo vai correr igual, só não será votado hoje, porque deveria correr três Pautas.

                              

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): O Requerimento que nós estávamos discutindo é de adiamento de discussão do Projeto? 

 

O SR. PRESIDENTE: Sim, e com a Emenda ele fica inócuo. Ele retirou o Requerimento, mas V. Exa. pode apresentar um Requerimento no mesmo teor.

 

O SR. JOÃO DIB: (Questão de Ordem.) Sr. Presidente, eu consegui ficar confuso; o Projeto vai ser discutido ou não vai ser discutido?

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir o PELO nº 001/96.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em primeiro lugar, ilustre e querido Ver. José Valdir, esse não é o Processo nº 1, esse é o Processo nº 603, Projeto de Emenda à Lei Orgânica, este sim de nº 1. Em segundo lugar, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a Câmara Municipal tem autonomia orçamentária, ficando garantida a participação da comunidade nas etapas de elaboração, definição e acompanhamento de sua execução. O português aqui é meio atrapalhado: “a autonomia orçamentária será acompanhada na sua execução ou o Orçamento é que será acompanhado na sua execução? É um erro que me deixou um pouco atrapalhado.

Em todo o caso Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Câmara Municipal, diferente do Executivo, não tem planos de obras, não tem investimento, não tem o que discutir com a comunidade. Nós pagamos salários e custos de serviço, custo de acompanhamento. Não pagamos impostos, não pagamos empréstimos, não fazemos aplicações financeiras, até porque não temos, recursos como o Executivo, que tem cinqüenta milhões de reais para colocar no sistema financeiro, e não pagam o décimo terceiro salário para os funcionários da Prefeitura. Não há o que acompanhar na execução orçamentária  da Câmara Municipal, até porque a própria Lei Orgânica, nos seus artigos 103 e 104, diz que qualquer informação solicitada ao Executivo ou ao Legislativo deve ser imediatamente atendida, e por qualquer cidadão.O que não acontece com a Deputada Maria do Carmo, que fez um encaminhamento de vários Pedidos de Informações ao Sr. Prefeito desta Cidade e não obteve resposta, nem sendo candidata, nem sendo deputada, sem sendo cidadã. Um pouco diferente do tempo em que fui prefeito e que abria as portas da Prefeitura para responder qualquer solicitação, sem precisar pedir autorização ao Prefeito, não precisa de Pedido de Informação e não estava escrito na Lei Orgânica. Era ir à Secretaria competente e perguntar. Vejam V. Exas. que este Orçamento Participativo, o qual sou contra, porque sempre disse que a responsabilidade não se transfere, não vejo razão de ser aplicado na Câmara Municipal, com o respeito e com o carinho que devo ao nobre Ver. José Valdir.

Então, na verdade, quando fizeram o Requerimento solicitando que fosse colocado um último lugar, eu até pensei que seria colocado fora da Pauta, fora da Ordem do Dia para não mais debatê-lo. De qualquer forma, sem dúvida é um direito do Vereador fazer Emendas à Lei Orgânica, mas eu pediria que, como professor que é, o fizesse com um Português melhor, porque a definição das etapas de elaboração da autonomia orçamentária e acompanhamento da execução da autonomia orçamentária, fica muito mais difícil compreender. Lei não deve, como dizia o Ver. José Valdir, ser feita em quantidade com histórias em quadrinhos para agradar, mas ser cara, precisa, concisa para que seja respeitada. Muito obrigadoi.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PELO nº 001/96.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este Projeto do Ver. José Valdir, que quer fazer com que o Orçamento Participativo possa estar, aqui, dentro da Câmara Municipal nos processos de elaboração e acompanhamento do nosso Orçamento, na verdade pretende simplesmente tumultuar, porque afinal de contas, eu sempre acompanhei o Ver. José Valdir como Líder comunitário e, como Líder comunitário ele tinha sempre uma maneira de fazer política, tumultuando.

O Ver. José Valdir quer fazer isso dentro da Câmara Municipal, quer tumultuar, sabem por quê? Nós temos cerca de 600 funcionários aqui na Casa, pode ser percorrida a folha de pagamento, e não há um só marajá ou alguém que tenha um super-salário aqui. Eu presidi a Câmara em 1994, e a folha de pagamento perfaz  90% do Orçamento da Câmara; o que sobra é muito pouco e é aplicado ou na colocação de um ar condicionado, para que todo mundo possa ter um pouco mais de conforto, não apenas os Vereadores, mas as pessoas que acompanham a Sessão ou, de repente, para modernizar a Câmara, informatizando-a, mas não tem gastos abusivos. Os gastos da Câmara são bem limitados. Aliás, sabe bem o Ver. José Valdir que no Partido dele tem marajá, está cheio de marajás. Outro dia veio aquela listagem e lá estava gente do seu Partido e que atacava funcionários municipais, dizendo que eles ganhavam muito, que tinha que sobrar no Orçamento Participativo para ser aplicado em obras, e, de repente, saiu uma listagem dos marajás do Estado e lá estavam pessoas do Partido dos Trabalhadores e que faziam essas manobras todas para que os funcionários fossem tachados de marajás.

Então, nós vamos permitir que a Câmara seja tumultuada em mais uma manobra do Ver. José Valdir? Ele é extremamente inteligente, dentro daquilo que ele quer fazer. Mas vamos permitir que esta Casa seja tumultuada, porque o Ver. José Valdir  não gosta do Legislativo e porque o seu partido político tem vinculação marxista, leninista e trotskista? Ele quer a ditadura! Como está fazendo através desse tal Orçamento Participativo. Sabem quantas pessoas participaram, até hoje, do Orçamento Participativo? E foram manipuladas! A maioria! Quatorze mil pessoas. Sabem quantas pessoas esta Câmara representa? Um milhão e trezentas mil pessoas, que é a população de Porto Alegre! E quer o Ver. José Valdir, e quer o Executivo, simplesmente, que esta Câmara Municipal fique a cabresto desses quatorze mil que fazem parte do Orçamento Participativo e que servem o Executivo Municipal. Nós vamos permitir isso, Ver. Pedro Américo Leal? Nós vamos enxovalhar esta Câmara permitindo que alguns baderneiros, muitas vezes, penetrem aqui e não queiram que os funcionários públicos do Legislativo Municipal exerçam o seu trabalho, na sua plenitude? Ou não tenham todos os instrumentos, porque eles não gostam de ser fiscalizados. Esse Executivo que está aí não gosta de ser fiscalizado.

Eu pedi que fosse enviada uma relação das obras que já foram determinadas pelo Orçamento Participativo, em julho, e pedi que fosse enviada para a Câmara Municipal. Eu recebi a resposta de que esse plano de obras só estaria pronto em dezembro. Em dezembro a Câmara está em recesso. Eles mandam para cá quando a Câmara não pode discutir nada. Já vem o fato definido para cá, tudo determinado. Esses brincalhões da democracia, eles brincam de fazer democracia, porque eles querem mesmo a ditadura! É Partido de linha dura. Então, esse Partido de linha dura quer liquidar com democracia: Não quer o Legislativo, que seria o contrapeso necessário para a democracia. Se eles conseguirem liquidar, o que acontece? Continuam fazendo a política da forma como querem. Despejam quinhentos mil reais, como fizeram em junho, lá na RBS, para fazer publicidade e para dizer que a administração é boa, precisam pagar meio milhão de reais para dizê-la?

Vocês viram o Orçamento Participativo dizer alguma coisa sobre esses gastos com publicidade? Tudo faz parte de um grupo, infelizmente. E querem fazer com que esta Câmara seja subjugada a esse grupo. Isso seria o fim da democracia em Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir, para discutir o PELO nº 001/96.

                     

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não sei por que   um Projeto simples causa tanta irritação e tumulto nesse Plenário, tanta raiva a ponto de o Ver. Luiz Braz vir aqui dizer que sou um Vereador que costuma tumultuar. Ele usou uma linguagem da ditadura militar, uma linguagem totalmente ultrapassada, uma linguagem daquele tempo sombrio. E tudo isso em nome da democracia.

Todos que apresentam um Projeto que diverge da sua opinião são baderneiros e tumultuadores. Vejam bem que argumentos usa contra o meu Projeto. Apresentei um Projeto simples. O Ver. João Dib costuma dizer que o difícil é fazer o simples, e até fiz o simples. Pode haver algum erro de português, mas eu me preocupo mais com o conteúdo. Eu consegui fazer o simples, pegar uma coisa que está no art. 50 da Lei Orgânica, só coloquei uma vírgula, e transpus dizendo o seguinte: “Terá que ter participação popular, na feitura e no acompanhamento da execução do orçamento. Ë o que está dito na Lei Orgânica, só que vale para fora e não para Casa.

Fiz isso no momento em que os mais raivosos Vereadores vinham à tribuna dizer que são a favor do Orçamento Participativo: agora, estão dizendo que são contra, agora estão mostrando os reais interesses que há por trás. Na verdade, queriam controlar o Orçamento, quando se fala em participação popular aqui dentro do Legislativo, fogem disso como o diabo da cruz. Vêm com argumentos de que não dá para fazer, aqui, na Câmara, porque, imaginem, os recursos são pequenos, como se a questão da democracia, da transparência fosse uma questão de volume de recursos públicos com que se lida. Tentam intrigar-me com os funcionários da Câmara, uma tática velha, como eu estivesse propondo o Orçamento aqui na Câmara contra os funcionários. Não está em discussão alguma coisa contra o funcionário, defendemos que tem que haver acompanhamento popular no Legislativo também. O Legislativo de Porto Alegre é sóbrio, sem escândalos, foi muito aperfeiçoado, inclusive com a participação do PT na Lei Orgânica. Foi graças a nós que foi introduzida a Tribuna Popular e tantos outros mecanismos de transparência do Legislativo. O que estamos querendo é continuar aperfeiçoando com a participação do povo. Isso não diminui a democracia, mas, sim, qualifica-a.

Alguns Vereadores acham que há um só tipo de democracia: a democracia representativa, com essa visão de fundo ditatorial, porque tentam, dessa forma, matar toda a forma de organização popular intermediária, como o Orçamento Participativo e outras. Nós, ao contrário, queremos soerguer, ao lado da democracia representativa - que o Parlamento significa -, erguer e fortalecer a democracia participativa, aquela em que o povo pode praticar durante os 365 dias do ano, e não apenas uma vez em cada quatro anos, delegando o voto a nós. É  isso que os Vereadores não querem, porque não sabem conviver com um conceito moderno de democracia, que é uma democracia representativa, mas também participativa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão, em virtude da falta de quórum.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h 31min.)

 

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